Pavimentando o caminho
Em PNG (Papua-Nova Guiné), Duncan Kasokason assume a liderança de outros consultores locais da tradução da Bíblia.
Duncan finalizou a tradução do Novo Testamento em Ubir, sua língua materna, em 1997. Em um mundo de apenas consultores expatriados, tanto Duncan quanto a Associação de Tradução da Bíblia de Papua-Nova Guiné (BTA), viram a necessidade de formar consultores locais para uma tradução e efetividade ainda melhores. Agora, depois de ser pioneiro em consultoria local, ele deseja ajudar a formar colegas tradutores.
Mais da metade dos 820 idiomas PNG ainda não têm um único verso da Escritura, o tornando um dos países do mundo de maior necessidade de tradução bíblica.
Limpando o mato
Para Duncan, o caminho para se tornar o primeiro consultor da BTA era como limpar o mato. Naquela época, a SIL designou consultores para ajudar a BTA, mas nenhum treinamento formal de consultores estava disponível para os habitantes locais. Em vez disso, Duncan participou de um Workshop de tradução para iniciantes, onde observou como os consultores faziam a verificação. Embora fazer perguntas e apontar problemas aos consultores experientes fosse aceitável, não era confortável para um estagiário local como ele.
Duncan se lembra de ter ajudado um consultor expatriado no livro de Apocalipse. O consultor disse algo que ele não entendeu, então comentou: “Algo que não consigo ver está aí”. Então, o consultor respondeu: "Bom, sim, peguei do grego".
“Eu me sentia incompetente, não tinha especialização, conhecimento e habilidade suficientes”, diz Duncan. E ele não poderia perguntar mais por que não foi treinado no grego bíblico.
Essa experiência levou Duncan a solicitar treinamento formal de consultor para os habitantes de Papua-Nova Guiné. A filial da SIL em PNG aceitou o desafio e procurou pessoas capacitadas para oferecer um treinamento específico.
“Continuei fazendo verificações de consultoria com expatriados. Eu cresci em meio às dificuldades, aprendendo junto com outras pessoas e fazendo perguntas”. Duncan diz: "Mas também cresci por meio da oração, pedindo a ajuda de Deus. (...) Depois de algum tempo, fiquei cada vez mais forte.”
Desde 2002, Duncan ajudou pelo menos 25 equipes de idiomas na verificação de consultoria no país e em outros lugares. Essas equipes linguísticas - com a SIL, BTA ou outras unidades independentes - incluem Auhelawa, Tabo, Ogea, Maring, Nobonob e muitos mais.
Como as reuniões virtuais se tornaram normais, Duncan recentemente usou o Zoom para ajudar na verificação com as equipe Arosi das Ilhas Salomão. Como um dos consultores mais experientes e agradável de seu país, ele também ajuda a treinar colegas tradutores e consultores.
Mentor, pastor e pai,
Duncan se vê como mais do que apenas um consultor.
“Você também se tornará um mentor. (...) Quando [colegas tradutores] traduzem, eles sempre procuram alguém para ajudá-los e orientá-los. Às vezes, você irá ajudar como pai ou pastor ao aconselhá-los e atender às necessidades deles”.
“Para se tornar um consultor, não basta dizer 'você faz isso e aquilo', ou o que precisa melhorar”, acrescenta. “Também estudamos a Bíblia para esclarecer o significado de tal palavra. Temos que parar e conversar, para que os informadores e tradutores sejam incentivados pela palavra de Deus. Tivemos muitos desafios, mas também amor e incentivo”.
Tudo depende de Deus.
"Eles sempre esperam que os consultores lhes dêem orientações e conselhos", diz Duncan. "Mas não temos todas as respostas." Ele diz que nesses momentos, a única coisa a fazer é orar: “Espírito Santo, Tu és o defensor. Tu és o defensor para ajudar nesta situação agora e não tenho recursos suficientes para ajudá-los”.
Duncan tem em mente a enorme responsabilidade de lidar com a palavra de Deus. “Temer a Deus e orar a Ele me ajuda a ser um bom facilitador na verificação”, diz ele. “Lembre-se sempre: ao traduzir [a palavra de Deus], ajudamos as pessoas a reavivar sua vida e a se transformar.”
Treinando aqueles que vêm depois
Ele também valoriza a oportunidade de ajudar seus colegas tradutores a crescer e desenvolver sua capacidade. Na verdade, ele vê isso como sua responsabilidade, já que alcança a idade de aposentadoria, 65 anos.
“Quando entrei, fui direto para a tradução e para a consultoria”, diz ele. “Não tive uma formação formal como os outros. Agora, os habitantes de Papua-Nova Guiné estão tentando chegar nessa fase. Eles procuram pessoas com melhores recursos e eu sou uma delas. Já que vim primeiro, poderia voltar para treinar outros que virão depois.
“Estou limpando o mato. Estou pavimentando o caminho ou já o pavimentei. Estou chegando na idade em que quero que mais pessoas de Papua-Nova Guiné se tornem consultores, e elas serão melhores do que eu.
“Agradeço a Deus por aqueles que se adiantaram a nos ajudar. Não me sinto uma pessoa importante. Eu apenas os ajudo [colegas tradutores] a serem boas pessoas e bons consultores no futuro. Estou lá para ajudá-los e encorajá-los com a habilidade que Deus me deu.
"Obrigado pelas suas orações. Agradeço ao Senhor, que me deu essa habilidade para começar. Agora deixe que outros venham para continuar.”
História: Ling Lam, Aliança Global Wycliffe
As organizações da Aliança podem baixar e usar as imagens deste artigo.
News
Ver todos os artigosMarco da tradução da Bíblia: faltam menos de 1.000 idiomas para serem traduzidos
Estatísticas de acesso às Escrituras mostram um enorme progresso global
Leia maisA rápida ascensão da Nigéria
À medida que os projetos de tradução se multiplicam na Nigéria, também aumentam os desafios
Leia maisO Status da Grande Comissão
Dois especialistas da Aliança refletem sobre um relatório de referência do movimento de Lausanne
Leia mais