Desafios na Tradução da Língua de Sinais
Traduzir para a Língua de Sinais holandesa apresenta vários desafios complexos. Primeiro, a equipe deve considerar como configurar a cena - criando um ambiente visual no qual a história ocorre.
Alfred Bout, tradutor surdo, explica: "Por exemplo, se estamos falando de João Batista, precisamos sinalizar onde ele está - ele está junto ao rio Jordão - e o que ele está fazendo. Temos de fazer uma imagem da situação no espaço de sinalização. E quando João Batista fala com outra pessoa, movimentamos nossos corpos entre esses dois indivíduos para mostrá-los falando um com o outro".
Desta forma, o surdo pode entender onde os personagens estão e como eles estão interagindo no ambiente - embora isso signifique que a equipe de tradução muitas vezes tem que mudar a ordem das frases na Bíblia para que a narrativa faça sentido.
Em segundo lugar, a equipe deve traduzir emoções. As expressões faciais são muito importantes na língua de sinais. Uma frase escrita muitas vezes não dá pistas para a entonação exata, de modo que a equipe enfrenta o desafio constante de selecionar a expressão certa sem adicionar ou prejudicar o texto.>
Alfred Bout explica: "Pense quando Jesus está sendo batizado e Deus está olhando para ele. Qual expressão você usaria? Deus é um amigo? Ou se parece mais com um homem poderoso que olha para o seu filho? E a outra questão é, somos autorizados a nos colocar no lugar de Deus assim?"
É um aspecto com o qual a equipe lida constantemente. Em última análise, a tradução tem que falar aos corações da comunidade para a qual foi projetada.
Finalmente, a equipe tem o desafio de criar novos sinais para várias palavras encontradas na Bíblia. Estes se tornarão sinais padrão na língua de sinais holandesa, e os tradutores visam produzir um "comentário" visual para explicá-los.
Para apresentar sinais para os nomes de lugares, eles procuram sinais já existentes utilizados nos próprios países, exploram o significado do nome em comentários e olham para imagens ou filmes das Terras Sagradas para capturar alguns dos elementos visuais. E para criar sinais de palavras como "parábola", eles usam comentários, dicionários gregos/hebraicos e enciclopédias bíblicas. A partir daí eles discutem os prós e os contras de várias explicações.
Willem Terpstra, um tradutor ouvinte com pais surdos, diz que obter os detalhes corretos é de vital importância para o público surdo.
"A essência da história é que eles a escutem em seu coração, e eles sejam tocados em seus corações", diz ele.
por Claire M. Smith, Geert Hoekstra
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