Conectando tradutores à riqueza da terra

Baruch B. Kvasnica, Fundador do Seminário Presidente de Jerusalém. Foto: Seminário de Jerusalém
Uma entrevista com Baruch Kvasnica, do Seminário de Jerusalém
O Seminário de Jerusalém (SJ) oferece treinamento em hebraico bíblico, além de cursos bíblicos e teológicos, incluindo excursões acadêmicas de estudo. Em 2026, o SJ lançará um Mestrado em Estudos Bíblicos (MA) online com duração de dois anos, que incluirá duas breves residências em Jerusalém. Os cursos têm natureza tanto acadêmica quanto devocional e são centrados na terra da Bíblia e em toda a sua riqueza contextual.
O hebraico bíblico é ensinado por falantes do hebraico moderno capacitados para ensinar Hebraico Bíblico como Língua Viva (HBLV), utilizando uma abordagem comunicativa do hebraico bíblico. O SJ também oferece intensivos de hebraico com duração de um mês por meio de sua Escola de Hebraico: os cursos Hebraico para as Nações são oferecidos em Israel, online e em outros países. O SJ já capacitou mais de 70 israelenses na abordagem de língua viva para o ensino do hebraico bíblico e certificou cerca de uma dúzia para ministrar os intensivos da Escola de Hebraico: Hebraico para as Nações (H4N sigla em inglês).
Baruch B. Kvasnica é fundador e presidente do Seminário de Jerusalém.
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Entrada do Seminário de Jerusalém. Foto: Seminário de Jerusalém
Como surgiu o Seminário de Jerusalém?
O Seminário de Jerusalém nasceu de uma necessidade palpável de conectar a riqueza da terra e do idioma da Bíblia, que eu e tantos outros vivenciamos, com oportunidades globais de formação ministerial para pastores e tradutores da Bíblia. Após me formar no colégio da SIL em Ukarumpa, na Papua-Nova Guiné, senti um chamado para o ministério ordenado no exterior e, por causa da minha herança judaica, fui para Israel no verão de 1994. Aquelas nove semanas mudaram a minha vida. Minha base naquele verão foi com Halvor e Mirja Ronning, fundadores do Centro de Jerusalém para Tradutores da Bíblia (JCBT), onde participei de uma aula incrível sobre o Cristianismo Primitivo com Petra Heldt, na Universidade Hebraica, e participei de um seminário com Kenneth Bailey. Esse verão me levou a adiar a formação em seminário nos EUA e, em vez disso, permanecer em Israel para mergulhar profundamente no idioma e na cultura da Bíblia.
Eu tinha um profundo desejo de ser ordenado no final da década de 1990, mas não havia nenhum seminário em Israel que oferecesse um Mestrado em Divindade em inglês. Percebi que, para que tal instituição fosse estabelecida, seria necessário haver uma comunidade maior que acreditasse nessa visão. Em 2005, foi criada a Jerusalem Biblical Studies Society com o objetivo de promover essa visão por meio de excursões pastorais e de estudo em Israel e Jordânia, bem como na Grécia, Turquia e Roma. Nesse mesmo ano, comecei a trabalhar com tradutores da Bíblia por meio do JCBT, onde tantos tradutores da Bíblia em idiomas maternos vieram receber treinamento em hebraico bíblico e geografia histórica. Muitos deles também eram pastores.
Portanto, não se tratava apenas de treinamento em hebraico, mas de um desejo mais amplo por formação teológica que moldou essa visão. A Visão 2025 teve algum papel em impulsionar essa iniciativa?
Cada vez mais pessoas começaram a ouvir falar da visão de oferecer, aqui na Terra da Bíblia, não apenas formação bíblica, mas também formação pastoral. A provisão de Deus, por meio de recursos iniciais, permitiu o estabelecimento do Seminário de Jerusalém em janeiro de 2018. Desde então, temos crescido de forma lenta e constante. Já atendemos mais de 450 alunos online e 200 presencialmente: tradutores da Bíblia, pastores e leigos que desejam conhecer o hebraico bíblico e o contexto judaico das Escrituras e de Jesus.
Embora a Visão 2025 possa ter exercido alguma influência tácita sobre o estabelecimento do SJ, o objetivo de longo prazo de oferecer formação ministerial global enraizada na Terra da Bíblia, aliado ao desejo de promover traduções do Antigo Testamento com base no hebraico, contribuiu significativamente para moldar a visão do SJ.

Instrutores do SJ H4N, Yuval e Tali, com seus alunos de hebraico na Nigéria, 2024. Foto: Seminário de Jerusalém
O que há de único na forma como o hebraico bíblico é ensinado no SJ?
No início dos anos 2000, estudei com os dois pioneiros da abordagem de língua bíblica viva, Randall Buth e Christoph Rico. Desde então, venho trabalhando para fundir o melhor de ambas as abordagens metodológicas. Isso foi incorporado de cinco maneiras:
1) Utilização de metodologias de Aquisição de Segunda Língua para ensinar o Hebraico Bíblico como Língua Viva (HBLV);
2) Disponibilização de dois ou até três professores em cada aula de hebraico bíblico, tanto para apoiar os alunos quanto para formar novos professores;
3) Um currículo baseado na frequência das palavras (ensinando primeiro as mais comuns), em vez de baseado no vocabulário de um determinado livro da Bíblia;
4) Aulas ministradas quase exclusivamente em hebraico bíblico (e não hebraico moderno), para manter os alunos imersos no idioma que estão aprendendo; e
5) Nos intensivos da Escola de Hebraico: Hebraico para as Nações (H4N), disponibilização de professores certificados com o máximo possível de fluência na fala do hebraico bíblico.
Além disso, temos oferecido uma variedade de cursos de hebraico bíblico, todos utilizando a abordagem comunicativa: até agora, três níveis de Hebraico Bíblico como Língua Viva (BHLL) e cursos anuais voltados para consultores. Mais recentemente, adicionamos grupos de leitura online, bem como oficinas para congregações locais em Israel com o objetivo de ensinar hebraico bíblico, já que existe uma lacuna entre o hebraico moderno e o hebraico bíblico.
Como suas estratégias e visão mudaram — especialmente no período pós-COVID?
Embora sempre tenhamos desejado ter alunos aqui na Terra da Bíblia, o Seminário de Jerusalém começou pouco antes da COVID, e rapidamente adotamos o ensino online. Criamos experiências de aprendizado otimizadas ao incluir múltiplos professores por turma nas aulas de línguas, o que permite sessões em grupos menores, mais interações e uma experiência de aprendizado mais saudável. Esses métodos de ensino online, únicos e eficazes, somados ao fato de ensinarmos diretamente de Israel, nos permitiram ter um impacto global significativo, alcançando alunos de mais de 30 países. Trazer estudantes das nações para Jerusalém e enviar “instrução” (Torá) e professores desde Sião combina as visões de Miquéias 4:2 e Atos 1:8 — de Jerusalém até os confins da terra. Amém!
Para os líderes de organizações da Aliança em todo o mundo que lerão isto, o que você mais gostaria que eles soubessem sobre o Seminário de Jerusalém?
Esperamos e desejamos que todos os que ingressam no ministério, especialmente aqueles envolvidos na tradução da Bíblia e no pastoreio, tenham a oportunidade irresistível de estudar e vivenciar a terra e o idioma da Bíblia em Jerusalém (ou a partir dela), por meio do Seminário de Jerusalém.
Entrevista por e-mail: Gwen Davies, Aliança Global Wycliffe
As organizações da Aliança estão convidadas a baixar e utilizar as fotos destes artigos.
Para mais informações, envie um e-mail para: info@jerusalemseminary.org
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